das

They're better off without me

By Marcos Alves - domingo, janeiro 06, 2013

Nem sei por onde começar. Faz algum tempo desde a última vez que escrevi. As palavras parecem fugir, mas todas elas fazem sentido na minha mente. E elas são tantas e eu ouço-as constantemente, elas perseguem-me e não descansam.
Tudo em meu redor me sufoca, sinto-me permanentemente paralisado e o fôlego da minha salvação aparenta estar tão perto. Mas não está, é apenas mais uma partida com assinatura da minha mente. E eu corro, corro o mais rápido que os meus gélidos pulmões permitem e que o meu coração aguenta. Mas posso eu fugir daquilo que mais temo? Posso eu fugir de mim próprio? Encontro a resposta temporária, que me atordoa uma vez mais, no metal frio sobre a pele do meu braço, deslizando lentamente, à medida que uma lágrima de desespero e sofrimento percorre o meu rosto. Eu não sei porque choro, sentir-me diariamente miserável já não é doloroso.
Gostaria apenas que alguém pudesse olhar para dentro de mim, para dentro da minha mente e que não julgasse pelo quão perturbado eu sou e que talvez, talvez decidisse ajudar-me apanhar os vidros estilhaçados e reparar-me. Mas quem é que eu tento enganar? Ninguém se daria ao trabalho para ajudar alguém como eu. Cada um de nós trava as suas batalhas e luta contra os seus demónios. Além de que seria um ato egoísta pedir tal.
Sou irreparável e isso é o que mais me magoa, saber que irei ser sempre assim. Porque as pessoas não mudam, apenas aparentam mudar quando lhes é benéfico e creio que ninguém será tão altruísta para me ajudar.

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